quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

12 years a slave



na segunda feira fui ver 12 anos de escravidão, e acho que vou ficar um bom tempo com ele na cabeça, tive o mesmo efeito com o fiel jardineiro. um relato impressionante sobre a capacidade do homem de humilhar, maltratar, levar ao desespero outros homens. factos que aconteceram na história da humanidade e que surpreendentemente acontecem nos dias de hoje. a minha mãe anda a ver a guerreira, novela da sic, sobre o tráfico de mulheres e muitas vezes conversamos sobre os temas que lá são relatados. pelos vistos a história também é baseada em factos verídicos e impressiona. impressiona a manipulação que as pessoas são sujeitas, a ameaça das famílias, o desespero de quem perde tudo num sonho, num suspiro, quem é levado e simplesmente desaparece (sejam bebés ou mulheres feitas) para depois serem vendidos e/ou escravizados, tal e qual o filme relata, numa realidade do século XIX transportada para o XXI. impressiona venderem pessoas como coisas e serem tratadas como isso mesmo, e pior descartadas. descartadas como nada, como quem deixa um saco de lixo na beira da estrada e segue em frente. matar, violar, usar, vender, descartar, deixar, largar, arrancar, desventrar por dinheiro. enoja-me. enoja-me depois o descartar de responsabilidades de todos nós. porque eu também tenho responsabilidade, nem que seja politica. hoje estou muito mais atenta, não consigo comprar um top numa loja de shopping por dois euros a achar que as mãos que o fizeram não foram escravas. não posso aceitar que exija no meu país um salário mínimo para que se viva condignamente e depois compactue que tal aconteça num país longínquo na base do coração que não vê coração que não sente. como não? é uma opção política sim. e todos temos responsabilidade. procurar produtos de países que cumpram legislações que vão de acordo com os nossos princípios sociais, informarmo-nos, irmos atrás do que acreditamos, não nos alhearmos. não nos alhearmos do mundo, do mundo de todos nós. querem pensar? vejam o filme. e depois pensem. e vejam a novela também e pensem mais um bocado. este é o nosso mundo, e vai daí são realidades que não estão assim tão longe de nós.

1 comentário:

  1. Eu não vejo novelas, mas através dos meus alunos vou sabendo por vezes algumas histórias... e sem dúvida que as novelas brasileiras têm bases muito verídicas e mesmo toda a produção ronda um aspecto muito perto da realidade. O teu post me lembrou do filme a Cor Purpura

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